quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Já me disseram uma vez que a gente tem muito a aprender com esses nossos amigos caninos.
Essa mãe de primeira viagem, aqui do meu lado, vive me ensinando alguma coisa. E eu, toda abobalhada com essa novidade, não consigo deixar de escrever sobre esses pequenos detalhes, quando os percebo.
Nos primeiros dias, não saía do lado do filhotinho. Hoje, 15 dias depois, ela dorme mais fora do que dentro da caixa... às vezes acho que ela anda até muito desnaturada. Quando alguém pega o filhote, ou quando outro cachorro se aproxima, ela vem feroz, defender a cria. Mas quando tudo está tranquilo, na maior parte do tempo, ela só observa, à distância. Ensinando que a gente cria filhos é pro mundo, e se forem cercados de proteção demais, não desenvolvem as próprias defesas...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Via láctea

Renato Russo era ídolo de toda a minha geração e, acho, também da geração um pouco mais velha que eu. Era obrigatório em rodinhas de violão, pra passar o tempo na sala de aula, nas caminhadas, nas excursões... Cantei tanto que traumatizei, enjoei, sei lá... e passei bons anos sem conseguir nem ouvir falar nele.
Até que, em pleno 2008, me apareceu um professor, da geração um pouco mais velha que eu, letrado, doutorado e tudo o mais, que misturava, no meio das aulas do cursinho preparatório, umas frases do antigo ídolo.
Ouvindo as letras, lembrei um pouco da minha adolescência... Renato entendia a gente como nenhum outro adulto entenderia. E colocava isso em suas letras.... meio mágico, até?

Hoje, acordei com uma música dele na cabeça, como não acordava há 15 anos, pelo menos.
Vai ver, de algum canto do universo, ele me soprou no ouvido que é assim mesmo, as emoções do adolescente continuam na nossa alma, só que cada vez mais presas, conforme o tempo passa. Assim como a alma da criança, dentro da nossa aprisionada. A gente quer esconder, esquecer, e ela grita por sair. Porque não deixar?
Hoje, quando a minha caminhada parece cansada e meio sem graça, só essa música segue traduzindo sentimentos que eu não sei explicar, tão iguais a tantos outros, tão único em sua intensidade.

"Eu nem sei porque me sinto assim/Vem de repente um anjo triste perto de mim/E essa febre que não passa/E meu sorriso sem graça/Não me dê atenção/Mas obrigado por pensar em mim"

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Mãe e Vó de primeira viagem

Nasceu um filhotinho só, macho, branquinho como o pai. Um ratinho, praticamente... cabia na palma da mão, essa coisinha tão pequena, tão frágil, tão indefesa.
Eu, "avó" de primeira viagem, fiquei atarentada, não sabia se ia ou vinha, se ficava, se voltava. Observava o pequeno tentando mamar, a mãe não deixava. Mãe de primeira viagem também, ainda tão novinha, perdeu o colo e, de uma hora pra outra, tem que cuidar de uma coisinha pequena dessas...
Tentei ajudar, encaixar a boquinha pequena na fonte do único alimento. E a mamãe, como que pra me dizer que em família não se deve interferir, resolveu parar de comer. A carinha triste, entediada e ao mesmo tempo preocupada, lambendo desesperadamente o filhotinho que, embora deste tamanho, suga o restinho de leite com uma força impensável.

É... Essa coisa de ser mãe deve doer um bocado.