quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Via láctea

Renato Russo era ídolo de toda a minha geração e, acho, também da geração um pouco mais velha que eu. Era obrigatório em rodinhas de violão, pra passar o tempo na sala de aula, nas caminhadas, nas excursões... Cantei tanto que traumatizei, enjoei, sei lá... e passei bons anos sem conseguir nem ouvir falar nele.
Até que, em pleno 2008, me apareceu um professor, da geração um pouco mais velha que eu, letrado, doutorado e tudo o mais, que misturava, no meio das aulas do cursinho preparatório, umas frases do antigo ídolo.
Ouvindo as letras, lembrei um pouco da minha adolescência... Renato entendia a gente como nenhum outro adulto entenderia. E colocava isso em suas letras.... meio mágico, até?

Hoje, acordei com uma música dele na cabeça, como não acordava há 15 anos, pelo menos.
Vai ver, de algum canto do universo, ele me soprou no ouvido que é assim mesmo, as emoções do adolescente continuam na nossa alma, só que cada vez mais presas, conforme o tempo passa. Assim como a alma da criança, dentro da nossa aprisionada. A gente quer esconder, esquecer, e ela grita por sair. Porque não deixar?
Hoje, quando a minha caminhada parece cansada e meio sem graça, só essa música segue traduzindo sentimentos que eu não sei explicar, tão iguais a tantos outros, tão único em sua intensidade.

"Eu nem sei porque me sinto assim/Vem de repente um anjo triste perto de mim/E essa febre que não passa/E meu sorriso sem graça/Não me dê atenção/Mas obrigado por pensar em mim"

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